Plásticas reparadoras e autoestima

Happy mature couple in bed

Publicado:

Blog Jornal da Mulher no dia 14 de março de 2017

Blog Michel Telles no dia 13 de março de 2017

Alguns acidentes podem deixar sequelas inestéticas e incômodas. Queimaduras, por exemplo, quando em grau de intensidade elevado e em determinadas áreas do corpo, geram danos profundos à pele, ocasionando deformidades e cicatrizes limitantes. Doenças graves, como o câncer de pele, além de ameaçarem a vida do paciente, também podem deixar marcas físicas e psicológicas profundas. Nesses e em outros casos, a cirurgia plástica pode ser uma aliada importante na recuperação do paciente e na retomada de seu bem estar físico e mental.

Segundo o cirurgião plástico Roger Vieira, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e da American Society of Plastic Surgeons (ASPS), as intervenções cirúrgicas que tratam tais condições são chamadas reparadoras, e justamente devido ao seu caráter restaurador, são muito benéficas para a saúde do paciente. “São cirurgias consideradas necessárias para que o paciente viva bem e realize melhor as atividades do dia a dia. Além disso, ao promoverem mudanças na aparência, elas contribuem para elevar a autoestima e trazer bem estar”. O médico ressalta que vários dos procedimentos estão disponíveis pelo SUS, entre eles o tratamento de feridas crônicas, cuidados com queimaduras e tratamento de tumores de pele e câncer de mama. Casos de crianças com fendas labiais e palatinas, além de cirurgias para correção de excesso de pele em ex-obesos mórbidos, também estão entre os procedimentos fornecidos pelo atendimento público.

Dados divulgados recentemente pela SBCP mostram que os brasileiros estão mais conscientes dos ganhos funcionais que esse tipo de procedimento pode trazer. Segundo levantamento, em 2009, foram realizadas 170 mil cirurgias reparadoras no país, o que correspondeu a 27% do total. Em 2013, o número passou para 1,23 milhão, representando 40%.

De acordo com a entidade, o tratamento dos cânceres de pele e de mama são os principais responsáveis por esse crescimento, mas não porque a incidência das doenças aumentou, e sim porque mais pessoas passaram a buscar a cirurgia plástica reparadora. No primeiro, ela atua removendo as sequelas deixadas pelo tumor, enquanto, no segundo, é feito o trabalho de reconstrução mamária. Outro fator significante da maior demanda é a popularização das cirurgias de redução de estômago. “Quando há perda significativa de peso, o paciente fica com excesso de pele na região da barriga, braços, pernas, entre outras, o que pode atrapalhá-lo a realizar uma série de atividades simples, como ir ao banheiro, realizar a higiene local ou até caminhar. Por isso a necessidade da cirurgia plástica reparadora para remoção dessa pele em excesso”, explica Vieira.

Na maioria desses tratamentos, a atuação do cirurgião plástico se dá de forma conjunta à de outros especialistas. Em casos de pessoas que sofreram grandes queimaduras, por exemplo, é importante também a atuação de assistentes sociais, nutrólogos, psicólogos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais. “Outro exemplo: fonoaudiólogos, psicólogos, otorrinos, nutricionistas e pediatras trabalham em conjunto com o cirurgião plástico na abordagem de crianças que nasceram com fenda palatina e lábio leporino”, exemplifica Roger Vieira. “Todas as especialidades dependem entre si para atender de forma completa o problema do paciente. Caso o cirurgião plástico seja o primeiro a ser procurado para o tratamento, é seu dever solicitar a opinião de colegas em outras áreas para avaliar o melhor caminho a ser tomado em cada situação”.

Casos mais recorrentes

A finalidade da cirurgia plástica reparadora é a restauração ou correção de problemas anatômicos e funcionais do indivíduo. Em boa parte dos casos, são condições adquiridas após acidentes, doenças ou mudanças bruscas no organismo. Há também os casos em que as pessoas já nascem com a condição indesejada.

Segundo pesquisa da SBCP, os tumores de pele são o principal motivo para procura pelas cirurgias reparadoras (39,9% dos casos), seguidos de deformidades congênitas (12%) e reconstrução mamária (8,4%). Dentro de deformidades congênitas, incluem-se as cirurgias para correção das chamadas orelhas de abano (otoplastia), lábio leporino, anomalias cranianas e defeitos nas mãos.

Outras situações em que a cirurgia plástica reparadora pode ser necessária são:

  • Traumas e lesões deformantes na região dos olhos, nariz, orelhas, estrutura óssea da face (fraturas) e mãos –
  • Grandes lesões com perda de tecidos nos membros superiores e inferiores
  • Sequelas de queimaduras
  • Cicatrizes alargadas, retraídas e deformantes
  • Feridas crônicas e complexas que não cicatrizam sozinhas (comuns em diabéticos, idosos de cama e pacientes debilitados)
  • Grandes excessos de pele em decorrência da perda elevada de peso

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